Remate Certeiro 01.02.2018

Hélder Freitas

2018-02-01


Esta semana vou aproveitar este espaço para aludir a brilhante campanha do FC Vizela no Campeonato de Portugal. Aliás um pormenor interessante, que se transforma num elemento preponderante de análise, diz respeito ao facto da equipa de Carlos Cunha, à imagem e semelhança do FC Porto e do Sporting, serem as únicas formações cá do burgo que ainda não conheceram o travo amargo da derrota nos que diz respeito às competições internas. FC Porto já foi eliminado da Taça da Liga mas em grandes penalidade e o mesmo azar teve o FC Vizela diante do Vilaverdense para a Taça de Portugal.

Confesso que tenho andado um pouco “distante” das exibições do Vizela e o que sei tem tudo a ver com as impressões que vou trocando com os colegas da Rádio Vizela que têm seguido o Vizela com frequência. Esta época desportiva, por outro tipo de alinhamentos, ainda só vi um jogo da equipa, precisamente em Merelim, num jogo que resultou num empate e já aí pude ver a “fibra” de que é feita a equipa. Em tom de brincadeira Carlos Cunha dizia-me no final do jogo que se tivessem ganho ia dizer-me para ir sempre aos jogos do Vizela. Não aconteceu, mas mais importante que tudo isso é a brilhante caminhada que a equipa das Termas tem conseguido fazer, numa série que não é fácil, com adversários também eles valorosos e que lutavam no início do campeonato pelos mesmos objectivos, mas que foram percebendo, (alguns tombando) face à mais-valia do Vizela.
Carlos Cunha não é homem de embandeirar em arco, menos ainda de ter um discurso inflamatório para as massas, não é polémico, não é arrogante, não fala na primeira pessoa mas o seu discurso, a sua mensagem, tem passado e de que maneira para o grupo de trabalho que lidera. Não havendo equipas invencíveis, há na série B do Campeonato de Portugal uma equipa que, à distância, é mais capaz do que todas as outras. Ter um registo ao fim de 18 jogo de apenas sete golos sofridos, não é para todos ou para qualquer um. 

É sintoma evidente de uma equipa que foi muitíssimo bem construído, com elementos que têm sede de vitórias e de conquistas. O mérito, como Carlos Cunha muitas vezes faz referência, é todo dos seus jogadores, da capacidade que têm mostrado para lutar por um objectivo comum que está perfeitamente enraizado na mística do clube, que passa naturalmente pela subida aos campeonatos profissionais. Todavia, se há uma equipa em uníssono a remar toda para o mesmo lado, qual será o mérito do timoneiro que tem sabido manter a clarividência do grupo e não o tem desviado do objectivo? Resposta fácil; imenso. Carlos Cunha é de facto alguém que, sendo prudente na comunicação, já mostrou ser muito competente no seu trabalho. 

O FC Vizela tem reunidas todas as condições para continuar a manter os elevados índices de confiança e de bom futebol assim ele seja jogado só dentro das quatro linhas. Para o grupo de trabalho, ficam votos de sucesso para as batalhas que ainda faltam conquistar.