“Esta caminhada, em princípio, não terá um fim"

Quem o refere são os pais do Super T, David Santos e Susana Guimarães, em entrevista à Rádio Vizela.

“A história de Tiago Santos emocionou o país. Mais conhecido por Super T, a criança de Lordelo com apenas 2 anos foi-lhe diagnosticada um neuroblastoma. Nesse período, a família desdobrou-se em esforços para angariar o dinheiro necessário para um tratamento nos Estados Unidos da América e a comunidade em peso se aliou a esta causa que passou a ser de todos. A doença, contudo, falou mais alto, e no passado dia 28 de abril [de 2016], no Instituto Português de Oncologia do Porto, o Super T faleceu, com apenas 4 anos de idade”. Foi assim que o RVJornal escreveu a dar conta da pior das notícias para os pais do Super T, David Santos e Susana Guimarães. Recentemente foi notícia a doação de 150 mil euros para a investigação em cancro pediátrico e este foi o mote para a entrevista com os pais do Super T.

 

RVJornal – Ao longo deste ano têm feito várias iniciativas para ajudar as crianças que têm cancro. Esse foi sempre um objetivo desde o início…

Susana Guimarães (SG) - Sim, foi sempre o nosso objetivo. Desde o início que tínhamos decidido que todo o valor que não fosse utilizado seria para ajudar crianças nas mesmas situações. Fizemos algumas iniciativas, ajudamos algumas instituições que nos tinham ajudado a nós também, mas o nosso grande objetivo era ajudar na investigação, se possível, que conseguimos agora cumprir. Doámos 150 mil euros para o ipatimup i3s (Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto).

 

RVJ - Chegaram também a ajudar outras famílias.

David Santos (DS) - Sim, fomos ajudando outras famílias E algumas instituições.

SG - Fizemos um fim-de-semana com algumas crianças do IPO em que conseguimos levar as famílias para passar o fim de semana fora.

DS - Uma coisa que nunca acontece. Geralmente, quando estão no hospital, estão no hospital, quando estão em casa não podem sair e nós conseguimos reunir cerca de 20 crianças e famílias, tirando-as para um fim de semana diferente.

SG - Com brincadeiras, várias atividades. E só fazê-los dormir num hotel foi para eles uma alegria. Muitos nunca tinham dormido fora de casa.

DS - Foi tratar, um bocadinho, a parte psicológica.

 

RVJ – A seguir o que vão fazer?

DS - A seguir não temos muitas mais coisas para fazer. O restante valor, nós temos prometido a uma criança que está à espera de reunir as condições ideais para poder ir fazer um tratamento no estrangeiro.

 

RVJ - Vocês como pais percebem esse outro lado e essa necessidade que outras famílias também sentem. É por isso que continuam com essa caminhada?

DS - Esta caminhada, em princípio, não terá um fim. Todos os donativos que recebemos vamos entregar. A parte mais emocional, psicológica e de amizade com as pessoas vão continuar. Vamos continuar a ajudar naquilo que for possível de uma forma mais leve”.

 

Entrevista na íntegra amanhã no RVJornal

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