Remate Certeiro 21.12.2017

Manuel Marques

2017-12-21


Não obstante o Natal ter vindo nos últimos anos a passar de moda mercê da força abrupta dos mercados e dos mercadores (e porque ninguém tem a coragem de mandar desligar os telemóveis), este é um tempo em que a generalidade das pessoas, gosta de falar (a curto prazo) de paz, amor, felicidade e até há quem descubra por estas alturas que os mais desgraçados também comem e apreciam doces.

Por assim dizer, as férias natalícias do futebol caem como mel nas rabanadas porquanto os sinos das renas abafam o zurrar de alguns dirigentes que tratam o futebol, que faustosamente os alimenta, abaixo de cão acusando-se mutuamente mas sobretudo aos desgraçados dos árbitros que por falharem em pormenores que só a TV consegue mostrar de quatro ângulos distintos, acusações e retóricas já gastas e com maiores barbas do que o Pai Natal também conhecido por Papai Noel.

Seria bom que alguém tivesse o lampejo de oferecer a estes oradores de estúdio como prenda de sapatinho um VAR-Vídeo Árbitro (e as regras do mesmo) para que pudessem visionar repetidas vezes a triste figura que fazem. Haja paciência para estas favas do bolo rei.

O futebol precisa de pessoas de espírito jovem e natalício, por isso Bárbara Oliveira - a primeira mulher a integrar uma direção do FC Vizela em 79 anos de história deste clube -  é bem vinda.

Como foi bem vinda a reeleição de Eduardo Guimarães como timoneiro do quase octogenário FCV, um homem que tem do futebol uma visão transparente, limpa e natalícia. Não foi por acaso que conseguiu unir toda uma comunidade à volta deste clube sem críticas de maior.

Na vida, a opção de escolher o bem ou o mal, seja em que área for, é dependente de cada um. Uma coisa ninguém pode duvidar (e vem-se provando a cada dia que passa até com consequências dramáticas): o amor vence o ódio, a bondade vence o egoísmo e os mais felizes são aqueles que nas instituições, no Partido, no emprego, nos clubes, na sociedade em geral, não prejudicam os outros, que vivem uma vida aberta e deixam um sorriso por cada canto que passam. Uma coisa é ser-se amigo e solidário outra é ser-se hipócrita e oportunista. Estes predicados não fazem parte do Natal.

 

Confundir o Natal com a compra desenfreada de prendas, muitas delas inúteis, ou com o olhar exclusivo do seu próprio umbigo e renunciar aos principais valores deixados por uma Criança que nasceu numa manjedoura, tem sido o maior erro de muitos…e não é preciso ir muito longe.