O Futsal também é nosso

Zélia Fernandes

2018-02-22

Remate Certeiro 22-02-2018


1-A Seleção Nacional de Futsal fez vibrar os portugueses, com a recente conquista do título europeu desta modalidade. Um título festejado por muitos, por aqueles que apreciam a modalidade, mas desvalorizado pela maioria e muito, muito longe da euforia vivida com a vitória no Europeu de Futebol em 10 de julho de 2016. 
Desde logo, na Imprensa, pois no dia da final deste Europeu, em Liubliana, na Eslovénia, as rádios nacionais preferiam relatar as incidências do Portimonense – Benfica da Liga Portuguesa. O mesmo se passava nos cafés, o que todos tinham a dar era o jogo entre algarvios e encarnados, ainda que aqui tenham a desculpa de que o jogo de Futsal estava a ser transmitido em canal aberto. 
Confesso que fui uma das que vibrou com a vitória portuguesa, pois foi uma vitória da raça e do querer, frente a uma seleção que até agora nos tinha levado sempre a melhor. Se calhar vibrei mais ainda porque sou natural e moro numa cidade com tradições no futsal. Uma terra com um clube que já esteve na alta esfera do futsal nacional e europeu, um clube, onde dois dos novos campeões europeus já estiveram e ficaram para a história. O guarda redes Vítor Hugo, que muito mais jovem defendeu as redes do Desportivo Jorge Antunes, por cerca de seis temporadas e o Selecionador Nacional, Jorge Braz, que durante algumas épocas foi treinador adjunto de Paulo Tavares, que orientou os vizelenses na 1ª Divisão Nacional de Futsal. Pessoas de quem guardo boas recordações, no trabalho realizado na altura, para a Rádio Vizela. Estou certa que este título europeu foi ainda sentido pelo ainda hoje presidente José Antunes, como um pouco seu, até porque sempre foi um defensor e um impulsionador da modalidade. Pode ser que este título sirva de impulso à modalidade em Portugal, até porque também temos o melhor jogador do mundo, ainda que não jogue em Portugal. 

2- No Moreirense a história repete-se. O final de época adivinha-se apertado e aflitivo para os cónegos. Até o treinador a quem se “pede” a salvação é o mesmo, Petit que tem uma tarefa hercúlea pela frente. Uma tarefa que não começou da melhor forma, pois o seu jogo de estreia, esta época pelo clube, não correu bem. Na receção ao Desportivo de Chaves, os cónegos saíram derrotados por 1-0, num jogo onde houve contestação ao trabalho da equipa de arbitragem e Petit, fruto dessa mesma contestação acabou por ser expulso. É certo que ainda faltam muitos jogos para o final da Liga Portuguesa, mas os cónegos não podem deixar fugir a concorrência, sob pena de não saírem da zona de despromoção da tabela classificativa. O discurso do presidente do Moreirense tem sido recorrente, a cada início de época, no sentido de formar uma equipa que garanta estabilidade e que não esteja com apertos a cada final de temporada. Isto não tem sido possível, pois os orçamentos ainda ganham jogos e pontos e neste caso, o Moreirense luta com o que lhe é possível, resta aguardar para ver o desempenho da equipa, nesta luta pela manutenção.