FIQUE EM CASA! POR SI! POR NÓS! POR VIZELA!

Victor Hugo Salgado

2020-03-26


Na sequência do surto da nova estirpe de Coronavírus (COVID-19), foi decretado o Estado de Emergência Nacional, pelo Sr. Presidente da República, tendo sido decretadas pelo Governo, através de Decreto-Lei, um conjunto de medidas de ordem preventiva e restritiva, designadamente deveres de confinamento obrigatório e de especial proteção, para evitar a transmissão desta doença na comunidade.

De igual modo, tendo em consideração a atual situação evolutiva do surto epidémico, o Município de Vizela implementou o respetivo Plano de Contingência Municipal e adotou, ainda, um conjunto de medidas complementares com o objetivo de salvaguardar o interesse público municipal e apoiar os que se encontram mais expostos, face às suas vulnerabilidades.

Apesar da Direção Geral de Saúde ter assumido que o nosso pais já entrou em fase de mitigação, isto é, a fase mais crítica da doença quando as medidas de contenção já não são suficientes para diminuir a propagação do vírus e este já não se encontra circunscrito, todos os Vizelenses, não podem esquecer dois factos muito relevantes.

O primeiro, Vizela é um concelho de alta densidade populacional, apesar de possuir 24 km2 de extensão territorial, tem cerca de 24.000 habitantes, tendo por essa razão, forte concentração populacional, o que é suscetível de consubstanciar uma situação de propagação exponencial do surto.

Um segundo facto a não esquecer, é o de Vizela ter sido constituído no ano de 1998, resultando da agregação de freguesias de vários concelhos, entre os quais Lousada e Felgueiras, onde foi localizado o foco do surgimento e propagação da epidemia existente nesta zona geográfica, mais precisamente em duas freguesias que confrontam territorialmente com o concelho de Vizela.

Tal proximidade territorial determina a existência de um grande fluxo diário de pessoas em trânsito entre o concelho de Vizela e os de Lousada e Felgueiras, principalmente das freguesias limítrofes, e onde tudo isto começou.

Assim sendo, e em particular nesta região, temos de compreender que todas as medidas tomadas pelo Governo e por este Executivo Municipal, são fundamentais. São sempre medidas duras, em particular pela restrição da nossa liberdade de circulação, ou então por colocarem em causa o acesso ao nosso trabalho de qual muito dependemos, mas a verdade é que neste momento o que está em causa acima de tudo são as pessoas, as vidas das pessoas. Sei que este confinamento forçado é difícil, mas é acima de tudo indispensável. Não temos alternativa ao isolamento social para abrandar o ritmo de propagação do surto, única forma de assegurar que o Sistema Nacional de Saúde mantém a capacidade de tratar os casos mais graves.

Infelizmente, e apesar da população de Vizela estar de parabéns pela colaboração no cumprimento das medidas decretadas pelo Estado de Emergência Nacional, confesso que estou preocupado com o que tenho visto, pois temos assistido a alguma aglomeração de pessoas na Praça da República, Marginal Ribeirinha e no acesso ao nosso monte de S. Bento.

É preciso prevenir. É preciso parar! É preciso acionar o botão de emergência e parar!

É preciso estarmos todos juntos neste combate. Para mais tarde não nos arrependermos.

Assim, num dos momentos mais difíceis da minha vida política, apelo aos vizelenses para respeitarem as recomendações das autoridades devendo, sempre que possível, evitar deslocações para fora do domicílio, preservando o recolhimento domiciliário.

É o tempo de nos unirmos, com responsabilidade, para vencermos este enorme desafio civilizacional e devolvermos a todos nós a nossa Vizela em liberdade.

Fique em casa! Por si! Por nós! Por Vizela!

Fique em casa, por favor!