Editorial 16 de agosto de 2018

Fátima Anjos

2018-08-16


Nesta quarta-feira em que vos escrevo Vizela está ainda a acordar depois de uma noite que foi longa, mas que soube, mais uma vez, dignificar a sua memória coletiva. Está encerrada mais uma edição das Festas da Cidade.

O cartaz pode não ter sido do agrado de todos. Isso nunca vai acontecer… A aposta no Rui Veloso - 37 mil euros - também pode ter gerado alguns comentários. Mas há momentos em que têm de ser tomadas decisões e estas são da responsabilidade da Comissão de Festas liderada por João Vaz. Outros apontamentos surgirão, porque num evento desta grandeza é quase impossível ter o controlo sobre todos os acontecimentos.

O que não há dúvidas é que pela cidade de Vizela passaram nos últimos dias milhares de pessoas, o que propiciou não só momentos de lazer e convívio entre os participantes mas, também, a oportunidade de muitos comerciantes e outros empresários potenciarem os seus negócios. 

Em direto para a Rádio Vizela na noite de ontem, o presidente da Câmara Municipal de Vizela manifestou um voto de confiança na atual Comissão de Festas, referindo existirem apenas algumas correções a serem levadas a cabo em próximas edições. Nada mais quis adiantar. Mas penso que não será dificil chegar a um consenso com a Comissão de Festas, por existir um interesse recíproco. João Vaz disse também ontem à noite que no seio da Comissão predomina um sentimento de continuidade e o presidente do Município saberá que se a organização deste evento vier a cair nas mãos da autarquia, este terá um impacto significativo no funcionamento do Município. Primeiramente no que toca aos recursos humanos, porque as Festas da Cidade exigem “muito tempo e trabalho” e se a atual Comissão, como disse o próprio edil, trabalha sem qualquer tipo de retribuição, o mesmo não aconteceria com os funcionários da autarquia, que têm de ser compensados pelas tarefas executadas
Depois, do ponto de vista financeiro. Isto porque uma instituição como a Câmara Municipal de Vizela não pode realizar peditórios porta-a-porta ou pedir apoios junto dos empresários locais, ao mesmo tempo que não lhe cabe explorar a venda de bebidas no decorrer dos espetáculos, iniciativas estas que constituirão atualmente importantes fontes de receita. Além disso, não estaríamos a falar apenas da organização das Festas da Cidade mas, também, da Vizela Romana. 
Por tudo isto dizer que se espera que próximas conversações cheguem a bom porto, a bem do interesse da cidade e dos vizelenses.

Não deixar ainda de referir a homenagem mais do que justa da Comissão de Festas a Maria José Pacheco, cujo trabalho como historiadora e escritora tem permitido eternizar a nossa “Vizela dos Tempos Idos”. Uma mulher que conseguiu ser uma voz ativa na luta pelo concelho num tempo em que o espaço público era muito mais inacessível ao sexo feminino. Ao contrário de outros vizelenses já consagrados, com Bráulio Caldas ou Ana de Sá, Maria José Pacheco pôde assistir desde a tribuna à passagem do carro em sua homenagem. E foi precisamente isso que fez deste um momento bem especial.

Entretanto, aproveitar para referir que a edição do RVJornal sofrerá duas semanas de interregno. A próxima edição sairá para as bancas a 06 de setembro. Aproveitem este período de férias para serem ainda mais felizes. Nós estaremos cá para vos receber, sendo que Setembro promete voltar a agitar Vizela e nós também teremos uma palavra a dizer.