Livro de Pedro Marques foi apresentado sábado

O auditório da Sociedade Filarmónica estava repleto para a apresentação do novo livro de Pedro Marques.

O auditório da Sociedade Filarmónica Vizelense (SFV) encheu-se no passado sábado, dia 30, para a apresentação do novo livro de Pedro Marques, intitulado “Na Rota dos Moinhos… do Vale do Vizela”.

O autor, durante a apresentação, esteve acompanhado por Conceição Lima, a quem coube a responsabilidade de apresentar este livro, José Armando Branco, presidente da SFV, Susana Campante Pinheiro, uma das pessoas que o ajudou neste processo de recolha dos moinhos, e Victor Hugo Salgado, presidente da Câmara Municipal de Vizela.

Conceição Lima teceu largos elogios a esta nova obra de Pedro Marques: “Falar deste livro podia parecer, à primeira vista, que estamos face a um compêndio que fala de moinhos, não estamos, mas estamos, e não estamos porque não é apenas isso, também é, se calhar ainda faço força nisso, mas é também, necessariamente, uma reflexão profunda, um arquivo de memórias, um relicário, se quisermos dizer, de emoções que o autor traz até nós leitores de uma maneira profundamente coloquial, até disse a determinada altura que era Garrettiano, aquele puxar do leitor, anda leitor, vem daí comigo, vai muito por aí, pega-nos na mão leva-nos às coisas e, portanto, nesse relicário de emoções, nesse compêndio de moinhos, nesse arquivo de memórias, realmente ele consegue agarrar-nos e levar-nos consigo nessa tal intimidade da linguagem a que eu chamei coloquial”.

A autora do programa “Hora da Poesia”, Conceição Lima, afirmou que após se ler o livro que as palavras ficam a levedar: “O que me fica enquanto leitora deste livro é que as palavras depois de lidas ficam em nós, e já que vamos falar de moinhos, as palavras ficam em nós a levedar, quem conhece o termo levedar o pão sabe que a massa tem que ser preparada para a cozedura e nós leitores ficamos com isso,  com aquela sensação profunda, íntima, até que ela se instala em nós e acho que vocês quando lerem também vão sentir porque é um livro solene, liso na linguagem, reflexivo em tantos outros momentos e, portanto, o que nos fica é que quase nos dá uma patada no peito de como é que é possível, mas é”.

A apresentação deste livro contou com variados momentos musicais protagonizados pela Tuna da Universidade Sénior do Rotary Club de Vizela e por um grupo musical, com Luís Martins e Conceição Silva.

“É um trabalho em prol do concelho de Vizela” (Victor Hugo Salgado)

Destacar ainda a presença de vários intervenientes, em especial a filha de Pedro Marques, Paula Marques, e de netas, que interpretaram poemas e textos inseridos neste novo livro, “Na Rota dos Moinhos… do Vale do Vizela”.

No início da apresentação, Pedro Marques deu a conhecer um pouco do seu percurso ao longo da sua vida e deixou uma questão de reflexão, “isto é trabalhar por Vizela ou não?”, Victor Hugo Salgado, aquando da sua intervenção, quis responder a esta mesma questão: “Eu acho que a todas essas questões que foram aqui colocadas, não só eu respondo de forma afirmativa, mas todos os que estavam aqui sentados sabem isso mesmo, sabem, na realidade, que é um trabalho em prol do concelho de Vizela, que é promover o concelho de Vizela e que é um trabalho prestigiante para o concelho, mas, mais do que estes quatro adjetivos, eu acho que o trabalho mais relevante que foi desenvolvido pelo sr. Pedro Marques ao longo da sua vida, mais que um trabalho que podemos denominar de obra, é aquilo que vai restar para as gerações vindouras, isto é que é verdadeiramente importante. Na realidade, existem três vertentes da obra do sr. Pedro Marques, que eu gostaria de destacar, que marcam a história recente do concelho de Vizela, em primeiro lugar a cultura, em segundo lugar, o jornalismo e, em terceiro lugar, a atividade política”.

No final da apresentação, o RVJornal questionou Pedro Marques: “Em parte, eu contava com mais gente e contava com presenças certas que falharam, mas também vou dizer que me deixaram magoado, pois eram pessoas que eu apostei em estarem presentes e não estiveram, e dessas pessoas que hoje falharam eu sinto certa mágoa porque, como disse, se a minha gratidão vai igual para todos, teria sido reconfortante ter essas pessoas aqui e elas, por justificações de última hora, não puderam [vir]”.

O autor disse ainda que lançar este livro depois de uma recolha exaustiva que demorou anos a realizar “é sempre muito reconfortante”. “Vê-se que as pessoas corresponderam realmente àquilo que o livro tem para apresentar, eu sinto-me reconfortado”.

Relativamente a novas obras a lançar, o autor revelou o seguinte: “Tenho muitos livros, um que já está na forja há muito mais tempo que este, que é um trabalho monográfico das alminhas da região de Vizela, está pronto há muitos anos, mas um livro custa muito dinheiro é preciso pagá-lo e se não houver apoios para o livro (…) e, no meu caso, as compras nunca chegaram para pagar a tipografia”.

 

 

 

 

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