Centro Social da Paróquia de Polvoreira alvo de denúncias

Denúncias feitas através de carta de funcionários e ex-funcionários.

Uma carta de um grupo de funcionários e ex-funcionários do Centro Social da Paróquia de Polvoreira (CSPP), denuncia situações de falta de condições de trabalho no local.

Acusam o pároco Francisco Xavier e a diretora Mónica Pereira, de “ameaças, escravidão, represálias, assédio moral e psicológico”. A missiva tem como objetivo “alertar a comunidade sobre o assédio moral, escravidão, represálias, atos de vingança, atentado contra os direitos humanos feitos no CSPP, por parte da presidência do padre Francisco Xavier e da sua submissa diretora Mónica Pereira”, lê-se.

Dizem que se vive “um clima de medo, desrespeito e obediência face às atrocidades cometidas”, afirmando que todas valências são envolvidas na “intimidação” da direção, através de fotografias usadas “para posteriormente ameaçar e humilhar os trabalhadores”. Acusam a direção do CSPP de agendar reuniões fora de hora de expediente “obrigando” toda a gente a estar presente, “mesmo os que se encontrem de férias, sob a forma de ameaças”. “As ofensas à integridade moral são constantes”, através de reuniões “para julgar os trabalhadores e para os pressionar a acusar os colegas de trabalho como forma de colocar todos uns contra os outros”.

Os signatários dizem que “alimentação dos utentes é elaborada respeitando unicamente o baixo custo e não as necessidades nutricionais dos utentes que vão dos 4 meses aos 100 anos”, e “há enfermeiros subcontratados que são dispensados e contratados várias vezes e que, no dia a dia, trabalham na cozinha, na lavandaria e nas atividades recreativas”, acrescenta. Dizem os funcionários e ex-funcionários que “alguns trabalhadores têm que fazer tarefas na igreja, deixando o seu verdadeiro trabalho para fazer em horário pós laboral” e acusam ainda a instituição de ultrapassar “o número de utentes por lei” e o “número de auxiliares é inferior ao rácio estipulado”, assim como as mensalidades “não estão de acordo com os rendimentos dos pais”.

A carta expressa que, “há três processos no Tribunal de Trabalho, relativos a funcionários” e que todas as acusações são já do conhecimento do Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, do Ministro da Segurança Social, da ARS Norte e da ACT.

Direção rejeita acusações

A Rádio Vizela contactou a administração do CSPP no sentido de obter uma reação. Mónica Pereira, diretora, “rejeita totalmente esta carta”: “Não é verdade, todos os pontos são infundados e não têm razão de ser”, garantiu. Segundo a responsável, na base da discórdia poderá ter estado a implementação de novas normas de funcionamento na instituição. “É um modelo de gestão diferente, mais rigorosa de trabalhar de olhar o utente como pessoa e não como um número. Essa exatidão se calhar não vai ao encontro da satisfação dos trabalhadores”, acrescentou. Questionada sobre os processos em tribunal denunciados na carta contra o CSPP, desmentiu, afirmando que, até há uns dias atrás, não tinha conhecimento de nenhum.

 

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